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Sebastião da Gama em Pegões

Há uns meses - já para lá de um ano - estive na Escola Básica 2, 3 de Pegões para apresentar Sebastião da Gama aos alunos. Recordo-me que foi uma sessão interessante, com muitos jovens interessados e atentos. Ontem, voltei à mesma escola, mas desta vez para uma sessão de conversa com professores sobre estoutro professor e também poeta que foi Sebastião da Gama. Pareceu-me sentir o encanto da entrada ou da vivência das pessoas no círculo de Sebastião, tão interessadas elas se mostraram pela visão poética que ressalta da sua pedagogia.
Falou-se de poesia, de livros, de literatura, de escola, de ensino, da Arrábida, do sentimento posto ou a pôr nas coisas que fazemos. "Era bom que fôssemos professores assim!". "É o que devemos tentar em todos os dias da nossa escola!"
Tive de chamar o Diário a terreiro para dizer que tivesse ele sido escrito por um autor estrangeiro e, de certeza, seria objecto de estudo obrigatório na formação de professores, fosse ela inicial ou contínua. Até alvitrei mais: além de leitura obrigatória para professores, também leitura obrigatória para políticos, sobretudo para os que se dedicam à área da educação; e, já agora, também para pais. Não para defesa dos professores, mas para se saber o que é ser professor e o que é viver e lutar por valores na área da educação. As coisas correriam bem melhor, imagino! - JRR

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"Pequeno poema" ( Aqui e além . Dir: José Ribeiro dos Santos e Mário Neves. Lisboa: nº 3, Dezembro.1945, pg. 14) O dia do nascimento quis perpetuá-lo Sebastião da Gama num dos seus textos poéticos. E assim surgiu “Pequeno Poema”, escrito em 7 de Maio de 1945 e, em Dezembro desse ano, publicado no terceiro número da revista Aqui e além e no seu primeiro livro, Serra Mãe , cuja primeira edição data também desse Dezembro. De tal forma a sua mensagem é forte, seja pela imagem da mãe, seja pela alegria de viver, que este texto aparece não raro nas antologias poéticas, temáticas ou não, como se pode ilustrar através dos seguintes exemplos: Leituras II [Virgílio Couto (org.). Lisboa: Livraria Didáctica, 1948?, pg. 74 (com o título “Quando eu nasci”)], Ser Mãe [Paula Mateus (sel.). Pássaro de Fogo Editora, 2006, pg. 45], A mãe na poesia portuguesa [Albano Martins (sel.). Lisboa: Público, 2006, pg. 310]. (JRR)

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