A
apresentação pública foi já no final de Junho, mas a obra merece referência:
falo de O Azeitonense, semanário
publicado em Azeitão entre 3 de Agosto de 1919 e 25 de Julho de 1920. Cerca de
um ano durou a publicação, de que saíram 51 números.
Em
Junho passado, foi feita a apresentação de uma edição facsimilada deste jornal,
trabalho devido ao nosso associado Rui Peixoto, ainda que com a colaboração de
Pedro Marquês de Sousa, Leonardo Bento e António Eduardo Chumbinho. Para se
avaliar da dificuldade deste trabalho, bastará pensar que, na Biblioteca
Municipal de Setúbal, existem apenas 15 números desta publicação; um
particular, Francisco Lavrador, ofereceu ao Jornal de Azeitão uma colecção em
que constam 40 números; a totalidade da colecção existe apenas na Biblioteca
Geral da Universidade de Coimbra, recurso que ocupou Rui Peixoto na sua
pesquisa.
Qual
era a intenção do jornal dirigido por Gastão Faria de Bettencourt? Logo no
número inaugural, a linguagem era clara no artigo intitulado “O nosso intuito”:
“O nosso semanário será órgão defensor dos interesses de Azeitão, completamente
alheio a política.”
Ao
longo das cinco dezenas de números editados, há referências a figuras
importantes da vida cultural portuguesa, notícias locais, sugestões para
melhoramentos na freguesia, versos de poetas locais e de outros de renome
nacional e anúncios (no primeiro número, já se fala dos “deliciosos bolos de
Azeitão” de Manuel Rodrigues, “o Cego”, por exemplo, ou de José Maria da
Fonseca, numa página que reúne 17 anunciantes).
São
duas centenas de páginas com que se fez a história do quotidiano azeitonense,
não apenas com interesse devido à curiosidade mas sobretudo para sentir a
dinâmica que animava a vila. Um trabalho que deve ser agradecido a Rui Peixoto!
– JRR
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