Avançar para o conteúdo principal

Fernando Guerreiro (1938-2013) - para a memória



O actor setubalense Fernando Guerreiro partiu ontem.
Desde que foi criada a Associação Cultural Sebastião da Gama, a experiência, o saber, a generosidade e a disponibilidade do Fernando Guerreiro foram constantes. Interveio em várias sessões por nós organizadas: de poesia, de apresentações de livros, de divulgação sobre a obra do nosso patrono. Foi um dos intervenientes no cd Sebastião da Gama – Meu caminho é por mim fora, que editámos em 2010 (numa equipa que reuniu as vozes de Maria Barroso, Célia David, Maria Clementina e José Nobre e a música de Rui Serodio), em que foi responsável pela leitura de um excerto do Diário e dos poemas “Oração da tarde”, “Canção de guerra”, “Cabo da boa esperança”, “Santa Luzia” e “Largo do Espírito Santo, 2 – 2º”.
Do Fernando Guerreiro, ouvimos sempre o “sim” para todas as acções para que o desafiámos ou que lhe pedimos. Uma disponibilidade e um afecto à cultura, à poesia, ao espectáculo, à partilha enormes. Fica-nos já a saudade da sua colaboração, da sua alegria, da sua simplicidade e da sua dádiva.
O nome de Fernando Guerreiro fará parte das memórias da Associação Cultural Sebastião da Gama. – JRR
[Foto: reprodução da fotografia de Fernando Guerreiro que integrou o cd Sebastião da Gama - Meu caminho é por mim fora]

Comentários

  1. ADEUS, AMIGO!
    Hoje, pela manhã, tive conhecimento da morte de Fernando Guerreiro, um homem ligado à declamação teatral e poética - muito triste estou!
    Desde novo ligado ao teatro, nos princípios dos anos 60 do século XX, pela mão da "Ribalta" (de outro saudoso,o Carlos Ferrreira), Fernando Guerreiro apurou a voz e o gesto para se tornar num verdadeiro homem de teatro a nível nacional.
    Deixa história em Setúbal e no coração de todos os que foram seus companheiros e amigos - eu fui um deles e ainda guardo pressurosamente na lembrança a sua bela voz, quando, na Biblioteca Municipal de Setúbal, o escutei dizer poemas da minha autoria. Obrigado, amigo!
    SUGIRO AO PRESENTE OU AO FUTURO ELENCO CAMARÁRIO QUE POSSA SER DADO O NOME DESTE SETUBALENSE A UMA DAS RUAS DA CIDADE PARA PERPETUAR QUEM TÃO HUMILDE FOI E QUEM A HONROU TANTO DURANTE TANTOS ANOS!!!
    DAQUI MANDO UMA FLOR GRATA AO MEU AMIGO MORTO...
    Daniel Nobre Mendes, 28.Ago.2013

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. UM AMIGO VERDADEIRO E SEMPRE AO SERVOÇO DOS OUTROS TIVE O PRAZER DE TER ESTADO ALGUM TEMPO NO TEATRO TAS COM ESSE SENHOR COM UM GRNDE S FOI COM GRANDE TRISTEZA QUE SOUBE DA SUA ULTIMA VIAGEM PARA JUNTO DOS JUSTOS QUE A SUA ALMA DESCANSE EM PAZ .

      Eliminar
  2. apoiado. a camara deve fazer-lhe esse acto de justiça que bem o merece!


    antónio baltazar passos marques

    lisboa

    ResponderEliminar
  3. comovente este pequeno texto--é de dnm!

    tb muito sinto esta perda...


    graça teles-- setúbal


    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

"Pequeno poema" ou uma evocação do nascimento

"Pequeno poema" ( Aqui e além . Dir: José Ribeiro dos Santos e Mário Neves. Lisboa: nº 3, Dezembro.1945, pg. 14) O dia do nascimento quis perpetuá-lo Sebastião da Gama num dos seus textos poéticos. E assim surgiu “Pequeno Poema”, escrito em 7 de Maio de 1945 e, em Dezembro desse ano, publicado no terceiro número da revista Aqui e além e no seu primeiro livro, Serra Mãe , cuja primeira edição data também desse Dezembro. De tal forma a sua mensagem é forte, seja pela imagem da mãe, seja pela alegria de viver, que este texto aparece não raro nas antologias poéticas, temáticas ou não, como se pode ilustrar através dos seguintes exemplos: Leituras II [Virgílio Couto (org.). Lisboa: Livraria Didáctica, 1948?, pg. 74 (com o título “Quando eu nasci”)], Ser Mãe [Paula Mateus (sel.). Pássaro de Fogo Editora, 2006, pg. 45], A mãe na poesia portuguesa [Albano Martins (sel.). Lisboa: Público, 2006, pg. 310]. (JRR)

"Cantilena", de Sebastião da Gama, cantado por Francisco Fanhais

Com a edição do Público de hoje completa-se a colecção “Canto & Autores” (Levoir Marketing / “Público”), de treze títulos, sendo este volume dedicado a Francisco Fanhais, constituído por booklet assinado por António Pires com um texto resultante de entrevista testemunhal a Fanhais e por um cd com 17 faixas, em que a canção “Cantilena” (letra de Sebastião da Gama e música de Francisco Fanhais) ocupa a sexta posição no alinhamento. Por este cd passam ainda versos de Manuel Alegre, de Sophia de Mello Breyner, de César Pratas e de António Aleixo, entre outros. O poema “Cantilena”, cujo primeiro verso é “Cortaram as asas ao rouxinol”, foi escrito por Sebastião da Gama em 25 de Novembro de 1946 e, logo no ano seguinte, escolhido para o que viria a ser o segundo livro do poeta, Cabo da boa esperança (1947). É um dos poemas clássicos da obra de Sebastião da Gama quando se quer referir a presença dos animais na poesia portuguesa, tal como se pode ver na antologia Os animais na

"Serra-Mãe", o primeiro livro de Sebastião da Gama

O primeiro livro de Sebastião da Gama foi Serra-Mãi (assim mesmo escrito), saído a público em Dezembro de 1945, com desenho de capa de Lino António, obra que muito cuidou e para a qual levou a preceito a selecção dos seus poemas. Nesta altura, Sebastião da Gama, com 21 anos, era ainda estudante no curso de Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Tivera uma hipótese de a Livraria Portugália lhe editar o livro, mas, a 24 de Outubro, era-lhe dirigida uma carta, dizando que, naquele momento, não interessavam à editora “as publicações não integradas no plano” editorial, porque havia encargos com cerca de uma centena de originais, já pagos a autores e tradutores, e não havia como “dar vazão” a esse trabalho. A família de Sebastião da Gama assumiu, então, os encargos financeiros advenientes da edição e o livro foi publicado com a chancela da Portugália, enquanto distribuidora. Com obra, dedicada a Alexandre Cardoso, seu tio, assumia o risco de vir a ser o “poeta da Arrábida”, elegendo a