Avançar para o conteúdo principal

Dos associados (32) - Cunha Bento apresentou casas nobres e apalaçadas em Setúbal




A tarde de 26 de Outubro do Centro de Investigação Manuel Medeiros, da Universidade Sénior de Setúbal (Uniseti) foi preenchida com a palestra “Casas nobres e apalaçadas em Setúbal – passado / presente e futuro”, proferida pelo nosso associado António Cunha Bento, no auditório da Biblioteca Municipal de Setúbal.
Perante uma plateia de cerca de meia centena de pessoas, as construções setubalenses nobres e apalaçadas erguidas no interior da muralha do século XVII desfilaram na sua história e nas observações do que falta ainda para saber em termos de história local.
Foram 17 as edificações apresentadas, algumas com histórias mais conhecidas, várias com a perspectiva de virem a ser contadas histórias.
António Cunha Bento deixou, no final deste aturado trabalho de divulgação e de reconhecimento, a mensagem de que “classificação só por si não basta”, uma vez que a reconstrução e a reabilitação devem constituir parâmetros a serem considerados.
Colaborador em muitas iniciativas de âmbito local, António Cunha Bento (n. 1946) é autor de várias intervenções em defesa do património, tem serviço prestado no movimento associativo sadino de âmbito histórico-cultural e é uma referência incontornável no que à história regional diz respeito, seja pela disponibilidade para a troca de informações, seja pelo acervo historiográfico local que detém, seja pela meticulosidade de informação que o caracteriza. Um nome a ser considerado para uma distinção local na área da cultura, sem favor, tal como chegou a ser alvitrado na sessão.
António Quaresma Rosa

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Pequeno poema" ou uma evocação do nascimento

"Pequeno poema" ( Aqui e além . Dir: José Ribeiro dos Santos e Mário Neves. Lisboa: nº 3, Dezembro.1945, pg. 14) O dia do nascimento quis perpetuá-lo Sebastião da Gama num dos seus textos poéticos. E assim surgiu “Pequeno Poema”, escrito em 7 de Maio de 1945 e, em Dezembro desse ano, publicado no terceiro número da revista Aqui e além e no seu primeiro livro, Serra Mãe , cuja primeira edição data também desse Dezembro. De tal forma a sua mensagem é forte, seja pela imagem da mãe, seja pela alegria de viver, que este texto aparece não raro nas antologias poéticas, temáticas ou não, como se pode ilustrar através dos seguintes exemplos: Leituras II [Virgílio Couto (org.). Lisboa: Livraria Didáctica, 1948?, pg. 74 (com o título “Quando eu nasci”)], Ser Mãe [Paula Mateus (sel.). Pássaro de Fogo Editora, 2006, pg. 45], A mãe na poesia portuguesa [Albano Martins (sel.). Lisboa: Público, 2006, pg. 310]. (JRR)

"Cantilena", de Sebastião da Gama, cantado por Francisco Fanhais

Com a edição do Público de hoje completa-se a colecção “Canto & Autores” (Levoir Marketing / “Público”), de treze títulos, sendo este volume dedicado a Francisco Fanhais, constituído por booklet assinado por António Pires com um texto resultante de entrevista testemunhal a Fanhais e por um cd com 17 faixas, em que a canção “Cantilena” (letra de Sebastião da Gama e música de Francisco Fanhais) ocupa a sexta posição no alinhamento. Por este cd passam ainda versos de Manuel Alegre, de Sophia de Mello Breyner, de César Pratas e de António Aleixo, entre outros. O poema “Cantilena”, cujo primeiro verso é “Cortaram as asas ao rouxinol”, foi escrito por Sebastião da Gama em 25 de Novembro de 1946 e, logo no ano seguinte, escolhido para o que viria a ser o segundo livro do poeta, Cabo da boa esperança (1947). É um dos poemas clássicos da obra de Sebastião da Gama quando se quer referir a presença dos animais na poesia portuguesa, tal como se pode ver na antologia Os animais na

"Serra-Mãe", o primeiro livro de Sebastião da Gama

O primeiro livro de Sebastião da Gama foi Serra-Mãi (assim mesmo escrito), saído a público em Dezembro de 1945, com desenho de capa de Lino António, obra que muito cuidou e para a qual levou a preceito a selecção dos seus poemas. Nesta altura, Sebastião da Gama, com 21 anos, era ainda estudante no curso de Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Tivera uma hipótese de a Livraria Portugália lhe editar o livro, mas, a 24 de Outubro, era-lhe dirigida uma carta, dizando que, naquele momento, não interessavam à editora “as publicações não integradas no plano” editorial, porque havia encargos com cerca de uma centena de originais, já pagos a autores e tradutores, e não havia como “dar vazão” a esse trabalho. A família de Sebastião da Gama assumiu, então, os encargos financeiros advenientes da edição e o livro foi publicado com a chancela da Portugália, enquanto distribuidora. Com obra, dedicada a Alexandre Cardoso, seu tio, assumia o risco de vir a ser o “poeta da Arrábida”, elegendo a