O primeiro livro de Sebastião da Gama foi Serra-Mãi (assim mesmo escrito), saído a público em Dezembro de 1945, com desenho de capa de Lino António, obra que muito cuidou e para a qual levou a preceito a selecção dos seus poemas.
Nesta altura, Sebastião da Gama, com 21 anos, era ainda estudante no curso de Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Tivera uma hipótese de a Livraria Portugália lhe editar o livro, mas, a 24 de Outubro, era-lhe dirigida uma carta, dizando que, naquele momento, não interessavam à editora “as publicações não integradas no plano” editorial, porque havia encargos com cerca de uma centena de originais, já pagos a autores e tradutores, e não havia como “dar vazão” a esse trabalho.
A família de Sebastião da Gama assumiu, então, os encargos financeiros advenientes da edição e o livro foi publicado com a chancela da Portugália, enquanto distribuidora. Com obra, dedicada a Alexandre Cardoso, seu tio, assumia o risco de vir a ser o “poeta da Arrábida”, elegendo a serra como motivo, como título e como origem. Assim dava cumprimento ao destino que se traçara numa quadra da infância, em linguagem infantil, que a mãe recordava: “Fui passear / à serra da Arrábia / e encontrei / uma mulher grávia.” Terão sido estas as primeiras rimas de Sebastião da Gama, não escritas, depois de um passeio à serra, quando ainda criança, mas já apontando as duas ideias que viriam a iluminar o seu primeiro título: a serra e a maternidade.
No ano anterior a esta publicação, em Maio de 1944, Ruy Cinatti, em Nós não somos deste mundo (Lisboa: Cadernos de Poesia, 1941), escrevera no exemplar do poeta azeitonense a dedicatória: “Ao jovem sucessor do Frei Agostinho, Sebastião da Gama, afectuosamente”. Sebastião da Gama não tinha ainda publicado livro, mas a sua condição de poeta da Arrábida estava já traçada (e reconhecida). Serra-Mãe iniciar-se-ia sob o signo de Frei Agostinho da Cruz, em cuja abertura seriam gravados dois versos deste poeta arrábido. (JRR)
Nesta altura, Sebastião da Gama, com 21 anos, era ainda estudante no curso de Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Tivera uma hipótese de a Livraria Portugália lhe editar o livro, mas, a 24 de Outubro, era-lhe dirigida uma carta, dizando que, naquele momento, não interessavam à editora “as publicações não integradas no plano” editorial, porque havia encargos com cerca de uma centena de originais, já pagos a autores e tradutores, e não havia como “dar vazão” a esse trabalho.
A família de Sebastião da Gama assumiu, então, os encargos financeiros advenientes da edição e o livro foi publicado com a chancela da Portugália, enquanto distribuidora. Com obra, dedicada a Alexandre Cardoso, seu tio, assumia o risco de vir a ser o “poeta da Arrábida”, elegendo a serra como motivo, como título e como origem. Assim dava cumprimento ao destino que se traçara numa quadra da infância, em linguagem infantil, que a mãe recordava: “Fui passear / à serra da Arrábia / e encontrei / uma mulher grávia.” Terão sido estas as primeiras rimas de Sebastião da Gama, não escritas, depois de um passeio à serra, quando ainda criança, mas já apontando as duas ideias que viriam a iluminar o seu primeiro título: a serra e a maternidade.
No ano anterior a esta publicação, em Maio de 1944, Ruy Cinatti, em Nós não somos deste mundo (Lisboa: Cadernos de Poesia, 1941), escrevera no exemplar do poeta azeitonense a dedicatória: “Ao jovem sucessor do Frei Agostinho, Sebastião da Gama, afectuosamente”. Sebastião da Gama não tinha ainda publicado livro, mas a sua condição de poeta da Arrábida estava já traçada (e reconhecida). Serra-Mãe iniciar-se-ia sob o signo de Frei Agostinho da Cruz, em cuja abertura seriam gravados dois versos deste poeta arrábido. (JRR)
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