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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2011

Miguel Real: Leitura pessoal do "Diário" de Sebastião da Gama

Recentemente reeditado pela mão do professor João Reis Ribeiro, que assina uma notável introdução, Diário (Editorial Presença), de Sebastião da Gama, dele recolhemos o exemplo de um verdadeiro professor. Com efeito, um conjunto de dez características estatui este diário de um estagiário das disciplinas de Português e Francês no modelo (ideal) de um perfeito professor. Neste sentido, o genuíno professor do ensino básico e secundário seria: 1. – aquele que lecciona contra o racionalismo pedagógico, o academicismo, o eruditismo, a retórica balofa, o estilo pedante e pomposo, a orientação pedagógica livresca e moralista, a total vinculação ao estudo do passado literário sem compromissos estéticos actuais; 2. – aquele que, como pulsão de desejo pedagógico-estético, munido de suficientes portas e janelas por onde corre o ar fresco da criação nova, interpenetra na sala de aula de conhecimento e criação; 3. – aquele que dá aulas contra a cultura como efeito de propaganda e contra a cultura com

O "Diário" não está na lista... mas podia (devia) estar

O último número da revista Os Meus Livros (nº 104, Novembro.2011) apresenta como tema de capa “Os Caminhos do Ensino”. No interior, em quatro páginas, o texto “De zero a vinte” apresenta duas dezenas de títulos bibliográficos pretendendo olhar “vinte livros que são um ponto de partida para olhar as questões do ensino com outros olhos e compreender um pouco melhor algumas das questões que causam discordância, mas necessitam de respostas”. Por este escaparate passam as obras: Se não estudas estás tramado , de Eduardo Marçal Grilo; O “eduquês” em discurso directo , de Nuno Crato; A Educação do meu umbigo , de Paulo Guinote; A minha sala de aula é uma trincheira , de Bárbara Wong; A arte de ensinar , de Alan Haigh; 19 argumentos para reconst(ruir) a escola pública , de Luís M. Aires; Professores e escolas , de Evangelina Bonifácio Silva; O pequeno ditador , de Javier Urra; Pais que educam, professores que amam , de Joaquim Machado; O ensino passado a limpo , de Santana Castilho; A aprendi

Ouvir "Pasmo", de Sebastião da Gama

“Pasmo” é poema de Sebastião da Gama, datado de 29 de Julho de 1944, logo inserido pelo poeta no seu primeiro livro, Serra-Mãe , em 1945. A sua audição está agora disponível na net, através do Youtube, pela voz de Raul Resendes, a partir do programa “Poema do Dia”, dedicado à poesia, em co-produção da Associação Cultural Despe-Te Que Suas e da Antena 1 / Açores, com o apoio do Governo açoriano. Na gravação disponível, constam ainda comentários finais da autoria de Carla Mota e de Urbano Bettencourt.

Dos associados (25) - Luís Amaro

Em 1949, Luís Amaro (que é nosso associado desde o início) publicou o livro Dádiva (Lisboa: Portugália Editora), que mereceu de Sebastião da Gama uma carta de amigo, mais que de leitor. Ou talvez nela contendo as duas perspectivas, nela dizendo a dada altura: “O teu livro tem, além de muita poesia, de muito coração, de muita honestidade humana e de Artista, uma unidade que eu invejo”. No Diário , Sebastião da Gama registaria também, em curta e sentida nota (18 de Fevereiro de 1949): “Ao escrever isto – ser professor é dar-se – lembro-me do amaro. Pobre querido Amigo, tão nobre, tão modesto, tão pudico da sua intimidade. Um António Nobre que chegou tarde, uma flor que o vento magoou… Há três anos que lhe peço o livro: ele, tímido, recusa sempre mostrá-lo ao mundo. (…) Pois há uma semana encontrei o Amaro. Acompanhei-o. Junto de um portal, com medo de que alguém que passasse ou ouvisse, segredou-me: ‘Vou publicar.” – ‘Diário Íntimo?’ – ‘Não. Dádiva.’ Senti cá dentro uma lágrima que era

Dos associados (24) - David Sequerra

Na semana que passou, o Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre, esteve em Sesimbra, onde visitou o Grupo Desportivo de Sesimbra. No final da visita, o governante enalteceu o papel desempenhado por David Sequerra na área do desporto entregando-lhe a Medalha de Bons Serviços Desportivos. Aqui fica o recorte com a notícia saída na edição do Sem Mais Jornal de hoje e aqui se registam os parabéns ao nosso associado David Sequerra. – JRR

A "Cantilena", de Sebastião da Gama, em Frankfurt

Sebastião da Gama esteve presente em Frankfurt, na manifestação de portugueses que não aceitam o encerramento do vice-consulado daquela cidade. Segundo a edição online do Notícias Lusófonas , a tarde de ontem viu cerca de um milhar de manifestantes a reivindicarem a continuidade do vice-consulado, recorrendo a conhecidas canções de intervenção, entre as quais constou a “Cantilena”, que foi musicada por Francisco Fanhais . Muito embora este poema não tenha sido produzido com intenções políticas, a verdade é que a imagem do rouxinal impedido de voar por lhe terem cortado as asas constituiu um bom pretexto para a poesia e para a música de intervenção, tendo merecido a atenção de Fanhais na década de 1960.