Sebastião da Gama não escreveu muito sobre futebol. As referências que lhe faz são escassas e funcionam mais como pretexto para outros dizeres. Foi assim que escreveu sobre um resultado favorável do Barreirense numa crónica publicada no Jornal do Barreiro, na rubrica “Carta de Estremoz”, em 19 de Abril de 1951 (texto inserido na obra O segredo é amar) e são também conhecidas algumas alusões a resultados de futebol e a jogadores, registadas no Diário, a propósito de conversa nas aulas (em entradas dos dias 16 de Março e 20 de Outubro de 1949).
Sabe-se que o verso de Sebastião da Gama “Pelo sonho é que vamos” serve para justificar muitos projectos e muitos ideais, é verdade. Se tanta gente, nas mais diversas circunstâncias, dele se apropria, citando-o para justificar a ambição, é porque o seu conteúdo detém uma verdade universal. É, assim, bonito que este verso anime o título de uma notícia futebolística (publicada em O Setubalense de ontem) a propósito do objectivo que se mostra ao clube sadino Vitória de Setúbal, que, no fim-de-semana, garantiu o lugar nos quartos de final da Taça de Portugal, vencendo o Sporting por 2-1.
A propósito, lembre-se que o Vitória de Setúbal já venceu três edições da Taça de Portugal – em 1964/1965, ao ganhar ao Benfica por 3-1; em 1966/1967, na vitória sobre a Académica por 3-2; em 2004/2005, ao derrotar novamente o Benfica por 2-1. Além destas vitórias, a equipa de Setúbal foi finalista na Taça de Portugal nas edições de 1942/1943 (perdendo com o Benfica), de 1953/1954 (dando a vitória ao Sporting), de 1961/1962 (sendo derrotada pelo Benfica), de 1965/1966 (sendo vencedora a equipa do Braga), de 1967/1968 (perdendo com o Porto), de 1972/1973 (ganhando o Sporting) e de 2005/2006 (dando a vitória ao Porto).
Agora, o entusiasmo volta, acompanhado do verso de Sebastião da Gama. “Pelo sonho é que vamos”… - JRR
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