O quarto volume do Álbum de
Memórias de Maria Barroso, redigido por Vladimiro Nunes, publicado com a edição
do semanário Sol de hoje, abrange o período entre 1945 e 1948, fase em que a
biografada está na Faculdade de Letras em Lisboa e período em que conhece Sebastião
da Gama.
A relação de amizade entre o
poeta de Azeitão e Maria Barroso, estendida a Joana Luísa da Gama (mulher do
poeta), foi de tal forma intensa que as referências a esse convívio feitas
neste volume são diversas, em simultâneo com reprodução de vários trechos
epistolares que de Azeitão seguiram para Lisboa e com várias fotografias do arquivo familiar de Sebastião da Gama.
As referências ao poeta são dominadas pelo testemunho de Maria Barroso, que diz: «Dava-me muito
com ele na Faculdade. Era um homem de uma enorme pureza e um grande poeta.
Gostava muito de mim, éramos muito amigos. Quando se me dirigia por carta ou me
escrevia uma dedicatória num livro assinava sempre ‘do teu muito irmão Sebastião
Artur’. Eu só lhe dizia: ‘Ó Sebastião, tu não digas os teus poemas, porque os
estragas e eles são tão bonitos.’ Eu gostava tanto da poesia dele que achava
que a forma como ele a dizia não lhe fazia justiça.»
No capítulo alusivo a este tempo
da Faculdade, há ainda espaço para relembrar o círculo de amigos que ambos
frequentavam, constituído por nomes como Eurico Lisboa, Lindley Cintra, Maria
de Lourdes Belchior, Matilde Rosa Araújo e David Mourão-Ferreira.
Recorde-se que Maria Barroso
integrou a comissão de honra do monumento que a Sebastião da Gama foi erigido
em Azeitão em 2007 (por iniciativa da nossa Associação) e fez parte do elenco
que disse poemas de Sebastião da Gama no cd “Meu caminho é por mim fora”,
editado por esta Associação em 2010. – JRR
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