O título “Poetas (d)e Azeitão” diz tudo – a naturalidade ou a temática azeitonense presentes na poesia ao longo dos tempos. Simultaneamente, uma homenagem aos poetas locais, com particular incidência nos poetas populares. E o visitante passa assim por pouco mais de uma dúzia de nomes, em que coabitam alguns consagrados com outros que, embora epígonos, vão preenchendo a poesia dos dias com os versos com que alimentam a vida. Alguns destes poetas têm obra publicada em livro; outros nunca reuniram os seus escritos para publicação; outros ainda divulgam-se em sítios de poesia na internet.
A exposição, cujo trabalho de recolha se deve sobretudo a Vanda Rocha, pode ser vista até 28 de Janeiro no Museu Sebastião da Gama, em Azeitão, onde convivem rimas de Alcindo Bastos, António Poeiras, Arronches Junqueiro, Carlos Alberto Ferreira Júnior, Francisco Teles, Joaquim Caineta, Joaquim Oliveira, José Gago, Manuel Frango de Sousa, Manuel Maria Eusébio (“Calafate” – cujo centenário de falecimento passou em Novembro), Margarida Caineta, Maria Cândida Parreira e Sebastião da Gama.
De Sebastião da Gama estão presentes dois textos, digitalizados a partir dos manuscritos originais: uma “Poesia”, de 1943, primeira versão do poema “Serra Mãe”, com algumas diferenças relativamente ao texto que é conhecido e que integra o livro com o título homónimo publicado em 1945; e o poema inédito “Vira de Vila Nogueira”, de Dezembro de 1941, assinado por “Tarro”, o pseudónimo que Sebastião da Gama utilizou em alguns dos seus poemas mas que nunca acompanhou os textos publicados. A nossa Associação colaborou neste evento através da cedência destas digitalizações.
Na abertura da exposição, em 17 de Dezembro, o vereador André Martins fez questão de sublinhar que, sendo esta uma homenagem aos poetas azeitonenses, era também uma forma de começar a assinalar os 60 anos sobre o desaparecimento de Sebastião da Gama, que passam em Fevereiro de 2012. – JRR
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